Casal e filho foram encontrados mortos e mutilados dentro de malas em Itaquaquecetuba no dia 8 de janeiro. Laudo do Instituto Médico Legal foi divulgado pela polícia nesta terça-feira (15).
O laudo do exame necroscópico realizado nos corpos da família boliviana encontrada mutilada dentro de malas em Itaquaquecetuba apontou que o casal foi morto por asfixia mecânica e o filho deles por traumatismo craniano. O resultado foi divulgado pela polícia nesta terça-feira (15).
O principal suspeito Gustavo Vargas Arias, cunhado da mulher assassinada, está foragido e é procurado pela Interpol. Outros dois homens que a polícia acredita terem tido participação nos assassinatos estão presos: Miguel Alvaro Bautista Silva e Roberto Kally Javier.
O documento mostra ainda que a separação dos corpos em duas partes, na altura do abdômen, ocorreu quando as três vítimas já estavam mortas.
Além disso, médico relatou que as vítimas foram assassinadas de 4 a 6 dias antes do exame pelo legista Adriano Zanon da Silva, no Instituto Médico Legal (IML) de Suzano, no dia 9 de janeiro. A família havia desaparecido no dia 23 de dezembro.
Ainda de acordo com o laudo, o corpo de Irma Morante Sanizo, de 38 anos, apresentava hematomas no pescoço e fratura no osso hioide, que fica abaixo do maxilar. Com isso, o legista concluiu que a morte foi por asfixia mecânica.
A causa da morte de Jesus Reynaldo Condori, de 39 anos, foi a mesma da esposa porque ele tinha hematomas no pescoço, mas uma fratura na parte direita da cabeça, produzida por um martelo, também contribuiu para o óbito, segundo o laudo.
Já o corpo do filho do casal, Gian Abner Morante Condori, de 8 anos, não tinha hematomas no tórax e pescoço que pudessem indicar asfixia. O crânico da criança apresentava lesões na parte esquerda provocadas por um martelo. O legista apontou que a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico.
Investigação
Para o delegado Eliardo Amoroso Jordão, do DP do Caiuby, responsável pelo caso, ainda não é possível afirmar ou descartar que a família tenha sido mantida em cárcere privado, apesar de os exames apontarem que as vítimas possivelmente foram mortas entre os dias 3 e 5 de janeiro, mais de dez dias após o desaparecimento.
“A gente ainda faz investigação para montar a cronologia dos fatos. Não é possível afirmar em que dia eles foram mortos. Os suspeitos presos negam qualquer tipo de participação no crime. Mas pelo que apuramos até agora, o casal foi morto primeiro e depois as crianças”, destacou.
Os dois presos são amigos de Gustavo que estava há oito anos no Brasil e há um ano começou a trabalhar com a família, segundo a polícia. Ele estaria de olho nos negócios da família.
“Chegam informações desencontradas. Uma delas é de que seria por dinheiro. Outra que o principal suspeito estaria de olho nos negócios da família. Mas ainda não é possível afirmar qual foi a motivação e não podemos descartar nenhuma delas”, pontua o delegado.
Ainda segundo o delegado, não é possível afirmar se eles foram mortos na casa da família, em São Paulo, ou em Itaquaquecetuba, onde os corpos foram encontrados.
“A gente encontrou indício de sangue em São Paulo, mas o laudo da perícia deve sair até segunda-feira. Caso confirmado o sangue, saberemos de qual das vítimas ele é, então teremos mais uma informação para a investigação.
O caso
A família boliviana estava desaparecida desde 23 de dezembro. A Polícia Federal no Brasil já estava investigando o caso depois de ter sido comunicada por parentes que moram na Bolívia.
A polícia foi até o endereço onde o corpo foi encontrado porque a irmã de uma das vítimas ligou relatando o desaparecimento. Ela também disse que possivelmente havia pertences da família na casa em Itaquaquecetuba.
A equipe foi até o local, e o morador da casa da frente, que é proprietário dos imóveis, permitiu a entrada dos policiais e abriu a casa dos fundos. No banheiro estavam os três corpos enrolados em sete camadas de plástico dentro de três malas, dois pacotes e uma caixa.