Entre outubro e dezembro o número de ocorrências aumentou 200%. Região não teve mortes pela doença.
O número de casos de sarampo chegou a 595, em 2019, no Alto Tietê. As ocorrências cresceram mais de 200% entre outubro e dezembro e, em 2020, já houve um registro. A região, no entanto, não teve mortes pela doença.
No último levantamento realizado pelo G1, em novembro do ano passado, eram apenas 250 ocorrências. Pouco depois, Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes se tornaram as cidades com mais registros, respectivamente, 121 e 104.
Até o momento 199 notificações estão sendo avaliadas. Neste ano há, até o momento, um caso confirmado em Mogi.
Surto no Brasil
Em 2019 o sarampo voltou a circular no Brasil em pelo menos seis estados, incluindo São Paulo. No Alto Tietê, apenas Salesópolis não teve nenhum registro.
A doença é do tipo infecciosa grave, causada por um vírus que pode ser fatal. Com o aumento no número de casos, a preocupação com a imunização também cresce.
A vacinação é a única forma de prevenção da doença, que pode ser transmitida pela fala, tosse e espirro. Uma pessoa contaminada com pode transmitir o sarampo para até 18 pessoas de qualquer idade.
A médica Tereza Nihei, da Vigilância Epidemiológica de Mogi Das Cruzes, explica como o vírus ressurgiu e porquê a vacina é fundamental.
“Se você não estiver mantendo altas coberturas vacinais, isso vai acontecer, porque [com a imunização] não tem mais a circulação do vírus no local e torna-se extremamente necessário você se vacinar. Se você não se vacinar e se vier eventualmente um vírus de fora, porque o sarampo é uma doença que é endêmica em vários continentes, a doença vai transmitir. Principalmente porque o sarampo é altamente transmissível”, diz.
Neste ano, Mogi das Cruzes foi o primeiro e, por enquanto, o único município a registrar um caso de sarampo. Desde agosto de 2018, Mogi e Poá estão na lista de cidades consideradas em surto pelo Ministério da Saúde.
Nos dois municípios a cobertura vacinal em 2019 atingiu as expectativas, principalmente com as crianças, afirma Tereza.
“Eu acredito que o sarampo, neste ano, a tendência é de redução. O alerta continua, porque ainda temos, apesar da cobertura dessas crianças que nós conversamos de mais de 100%, outras faixas etárias, que são as crianças maiores, adolescentes, adultos, jovens, que não têm ainda a cobertura adequada”.
A Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Poá, Fabiani Ferri, explica que não é, necessariamente, o número de casos que define um surto. “Um caso confirmado de sarampo já é considerado surto, por isso é uma doença de notificação imediata”, declara.
Campanhas
Por causa do aumento de casos de sarampo em alguns estados, todas as crianças de 6 meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas. De 1 a 29 anos são necessárias duas doses. De 30 a 49, apenas uma.
Quem não se lembra se já foi vacinado ou perdeu a carteira de vacinação não pode ficar de fora, como conta Fabiani. “Deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência e consultar o especialista que está ali na sala de vacina, porque ele vai orientar. Se não tiver como comprovar, vai atualizar a carteirinha”, diz.
A vacina é contraindicada para gestantes e para pessoas com algumas outras condições. “Pessoas que têm imunidade comprometida, como pessoas que fazem quimioterapia, pessoas que têm doenças reumáticas ou que tomam corticoides por período prolongado. Essas são as contraindicações”, conta Fabiani.