Sars CoV-2, vírus causador da Covid-19 — Foto: Getty Images via BBC
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Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) se mobiliza no pedido de prorrogação do decreto nacional de calamidade pública para 2021. Mogi prepara plano para aumento do número de leitos sem hospital de campanha.

O aumento de casos, internações e mortes por Covid-19 tem preocupado os gestores da região e, de acordo com o Consórcio dos Municípios do Alto Tietê, o Condemat, uma mobilização está sendo feita para pedir a prorrogação do estado de calamidade pública para 2021. Em Mogi das Cruzes, o secretário municipal de Saúde, Henrique Naufel, informou que um plano de contingenciamento está sendo preparado para aumentar o número de leitos com agilidade, mas não haverá um novo hospital de campanha.

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O Condemat teve acesso a dados divulgados na última segunda-feira (23) pela Secretaria Estadual da Saúde. As internações haviam subido mais de 100% em 7 dias e a taxa de ocupação nos leitos de UTI era superior a 52%, segundo dados do último dia 23 divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde. “Nos últimos 14 dias, o Alto Tietê registrou cerca de 50% de alta nos casos confirmados e de óbitos por coronavírus na comparação com os 14 dias anteriores, informou o consórcio.

O comitê de saúde que assessora o governo de São Paulo no combate à Covid-19 recomendou na terça-feira (24) um aumento nas restrições de circulação para combater o avanço do coronavírus.

De acordo com o Condemat, os gestores estão empenhados nas ações para conter o avanço da contaminação pelo vírus e “aguardam, com expectativa, a atualização do Plano SP na próxima segunda-feira”. Para a direção do Conselho de Prefeitos, o eventual retrocesso para a fase amarela neste momento, às vésperas de uma das principais datas para a economia, vai gerar grande impacto negativo nos municípios.

“Estamos numa curva ascendente de casos confirmados, o que já levou o Governo do Estado a adotar algumas medidas, como a suspensão das cirurgias eletivas. Mas sem o suporte dos hospitais de campanha e com o aumento das internações, voltamos a uma situação preocupante na capacidade de leitos para atender a demanda”, avalia o presidente do Condemat, prefeito Adriano Leite. “A saúde é prioridade, mas não podemos ignorar os impactos econômicos que o retrocesso vai gerar”, acrescenta.

Se houver retorno para a fase amarela, haverá redução do horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e de serviços, assim como na diminuição em 20% da capacidade de atendimento e restrições em algumas atividades de cultura e lazer. Desde 10 de outubro, quando o Alto Tietê passou para a fase verde e o Estado voltou a reunificar as sub-regiões da Grande São Paulo, o funcionamento das atividades comerciais foi liberado para 12 horas, com a capacidade de atendimento ampliada para 60%.


“O cenário visto na Europa e a alta nas estatísticas a partir da segunda quinzena de outubro sinalizam para a necessidade de nova revisão das medidas de controle da pandemia e vamos continuar precisando do esforço de todos. A expectativa é de continuar na fase verde, mas também precisamos estar preparados para um novo aperto na flexibilização”, pondera o presidente do Condemat.

Ainda de acordo com o Conselho dos Prefeitos, a prorrogação do decreto de calamidade pública, que termina no fim do ano, é necessária para “permitir a utilização dos saldos dos recursos de enfrentamento da Covid-19, liberados aos municípios já no pico da pandemia, dificultando a sua utilização pelos municípios no exercício, e até mesmo para a criação de verbas extraordinárias no orçamento de 2021. A direção do Condemat argumenta que esses recursos têm destino garantido, visto que a pandemia permanece”.

Mogi das Cruzes

Mogi das Cruzes prepara um plano para ampliação do número de leitos caso uma segunda onda de casos de Covid-19 aconteça na cidade. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Henrique Naufel, não haveria tempo hábil para montar novamente o hospital de campanha. “Mas já estamos preparando um plano de contingência caso seja necessário ampliarmos rapidamente o número de leitos. Temos espaços, materiais, equipamentos e parcerias já consolidadas para que essa ampliação ocorra em curtíssimo prazo” afirma Naufel.

O secretário afirma que existe um aumento de casos de contaminação do novo coronavírus. Porém, ele afirma que não se trata de uma segunda onda.

“O risco é real. Estamos acompanhando a segunda onda no mundo com bastante apreensão, pois tudo que aconteceu lá fora, aconteceu também em nosso País. Estamos monitorando continuamente a situação na cidade e trabalhando de forma proativa e preventiva para mantermos os bons resultados que alcançamos até o momento no que refere ao atendimento de pacientes Covid-19.”

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